Posso dizer que a letra dessa música resumiu a fuga que fiz para São Paulo na última quinta-feira. E faz parte da playlist que trouxe de lá com carinho. Sim, trouxe de São Paulo uma playlist de presente pra mim, uma que não nasceu pré-programada, mas que foi se construindo e identificando cada um dos momentos que passei naquela linda cidade: http://snd.sc/XVqFd8.
A playlist me foi apresentada por um paulista, enquanto ele me levava para o metrô. Um metrô que me assustou no início, mas depois vi que era simples... e chato. Nossa! Andar de metrô em São Paulo é cansativo! Mais do que ficar no engarrafamento em um ônibus na ponte Rio-Niterói.
Caminhar pelas ruas, em São Paulo, é um hábito que a maioria cultiva. Ir à pé é mais fácil. Mas cansativo, também. Aqui no Rio pegamos um táxi (lá ficou inviável, pois é muito mais caro!), um ônibus ou até mesmo nosso metrô em linha reta, mas andar e correr, só no calçadão - pra mim, nem isso.
A Augusta é silenciosa e incrível. A Lapa, daqui, é barulhenta e ótima. Podiam juntar os dois lugares.
Sentar num bar é difícil! Mesas e cadeiras na calçada só aqui no Rio, lá em São Paulo só dentro do estabelecimento (que lota rápido, porque o espaço é reduzido). Mas achei um bar, sentei em caixote na calçada pra beber (que o garçom arranjou). Não tomam Itaipava e preferem Skoll à Antártica. Mas a Antártica é uma delícia, sabe?
Os michês na Luz acharam que eu estava disputando ponto por estar parado fumando, nunca me confundiram com michê no Centro do Rio. Só uma vez, em Copacabana.
Fui ao parque Vila Lobos e achei que não estava mais no paredão de prédios em São Paulo. Áreas para cachorros brincarem, jogar basquete, andar de patins... Lindo. Me lembrou uns parques que temos no Rio, mas aqui o terreno é mais arenoso que a grama comportada e as árvores organizadas de lá. Estava calor e iria me encontrar com um pessoal de um grupo do Facebook que faço parte, conhecê-los. Cheguei de óculos, sem camisa, de bermuda e mochila nas costas. Em São Paulo não se tem muito o hábito de tirar a camisa e meu amigo avisou que tinha gente comentando "que lindo" e "como eu era espontâneo". Meu ego, não preciso nem falar.
Aliás, ego. Como ele ganhou proporções imensas por lá. Os flertes em São Paulo são mais descarados do que no Rio, pelo menos entre os gays. Eu andando de metrô ganhei uma olhada seguida de um número de telefone. E que gracinha era o "Celso", como ele salvou e eu nunca mais vi e falei depois que ele desceu uma estação antes da Penha.
A 25 de março é igual ao Saara daqui, mas mais uma vez a diferença é a barulheira: aqui temos quase que uma rádio para anúncio com caixas de som espalhadas por toda a localidade e que fazem propagandas toscas, engraçadas e de todo o tipo de voz e efeitos sonoros que possam chamar sua atenção. Lá havia alguns homens com microfone e tanta gente que não cabia nas calçadas e andar pelas ruas era normal. Até nessa confusão você ganhava flertes.
A noite de lá é incrível como a daqui, mas enquanto lá se tem mais boates fixas, aqui se tem mais festas: Se lá você vai dois finais de semana seguidos na LAB, aqui você vai num final de semana na Allcool Party e no outro na Overdose e as duas festas acontecerão no mesmo lugar. Por mim, juntava lá e cá também.
Achei que meu coração tinha espaço apenas para Belo Horizonte, mas São Paulo se aconchegou. Revi amigos, conheci gente nova e me apaixonei por tudo o que passei e vivi. Normal eu me apaixonar por tudo sempre, mas acho que meu sorriso deve ter ficado perdido em algum lugar próximo ao Center 3, na avenida Paulista.