Nunca me vi trabalhando de terno e gravata num escritório. Nunca mesmo. Até quando criança eu brincava de trabalhar com minha profissão sempre ligada a qualquer coisa sem horários definidos [pelo menos até onde me lembro]. Mas, mesmo assim, já tive alguns empregos que fui arranjando pelo simples motivo de: cervejas.
Queria sair e minha mãe queria parar de me dar dinheiro pro lanche do colégio, já que eu guardava e saía [inclusive viajava; sim, mamãe tinha uma grana legal pra dar um dinheiro legal pra mim e minha irmã].
Comecei a trabalhar com 17 anos num estande que minha tia abriu numa feira de roupas. Ela abriu isso pois queria queimar todo o estoque de uma loja que não deu certo. Me colocou como gerente da situação porque confiava em mim ou porque era mais conveniente e eu que teria que chegar primeiro pra abrir e sair por último pra fechar a loja. Trabalhei 15 dias atendendo mulheres chatas e descobrindo que falsidade poderia ser bacana se trouxesse uma remuneração final [que gastei tudo com: bebidas].
Após isso comecei a receber salário onde toda bicha/evangélica/pai-de-família-que-tem-5-filhos-e-não-foi-bem-sucedido-na-vida trabalha: telemarketing. Com 18 anos entrei nessa e fiquei um ano, UM ANO, nesse lugar chamado inferno. Eu vendia serviços da TV Cidade [que faliu e se vendia como NET pra alguns lugares, como Niterói, Salvador, Recife, Olinda...] e era ótimo nisso, mesmo recebendo pouco mais de 400 reais.
Mas acabei deixando essa bem-sucedida carreira porque eu me sentia vendendo a alma dos clientes para o diabo, afinal, o serviço era péssimo, a pessoa ficava num contrato de um ano e o preço era altíssimo. Então, fui demitido. A primeira demissão de uma lista.
Após isso fui trabalhar num spa, no caixa. Engordei dois quilos, tinha meus cabelos hidratados todos os dias, fiz 8 sessões de depilação à laser e sobravam 30 reais no final do mês. Claro que fui demitido e o spa urbano faliu.
Parecia que eu carregava um rastro de falências atrás de mim, mas segui em frente porque sempre fui guerreiro, mãe, brasileiro e não desisto nunca.
Acabei voltando para o telemarketing por puro comodismo/desespero. Dessa vez vendendo seguro de cartão de crédito. Em três meses recebi 3 advertências, duas suspensões, aprendi diversos palavrões novos de vários estados brasileiros e descobri como é bom dizer "o sistema está um pouco lento", deixar no mudo e ir fumar. Fui, logicamente, demitido mas dessa vez a empresa não faliu.
Então resolvi viajar pra Natal e acabei indo parar na Kopenhagen para pagar essa vontade. Era final do ano e sabia que as vendas seriam boas. Ser vendedor é super cansativo, mas pra quem curte ver gente e aturar humores diversos, é bacana. Eu curto, mas quero que curtam o meu também. Fiquei dois meses e fui demitido sem antes não deixar de arranjar confusão com minha gerente [que me assediava moralmente], fazer amizade com uma baiana linda e queridíssima, e contar todas as fofocas que todos faziam dos outros pelas costas aos respectivos alvos [eram vários temporários querendo ser efetivados, menos eu. Então, imagine a quantidade de puxa-saquismo para com a gerente e o veneno para com os demais temporários].
Assim, joguei tudo no ventilador, faltei o último dia, peguei minhas coisas, esqueci um óculos e falei antes de ir: "Nunca mais piso aqui". Na semana seguinte fui para pedir que minha ex-gerente me servisse um café com "Tem troco pra R$50,00?". Claro que eu não tinha 50 reais para dar.
Me vi, após voltar de Natal, na falta de grana e inserido naquele momento de MEU DEUS COMO VOU PAGAR O CARTÃO DE CRÉDITO?
Fiz o que toda pessoa sensata faria: fui no bar gastar os últimos 100 reais que haviam sobrado da viagem.
Estava pobre, bêbado e desempregado. Apenas me lembrava de como era bom quando mamãe me dava dinheiro e eu não tinha culpa em aceitar. Tinha que mudar essa situação! Num domingo, enquanto eu estava no banheiro lendo o Segundo Caderno do jornal O Globo resolvi pegar o Boa Chance e dar uma olhada nas propostas de emprego. Queria algo na minha área.
"Precisa-se de legendadores com experiência e domínio do Subtitle Workshop".
Enviei meu currículo sem nunca ter feito uma legenda na vida e joguei no Google para baixar o tal programa que nunca havia ouvido falar.
Passei na entrevista, no treinamento [que só deus sabe como] e hoje tenho um emprego que eu gosto.
Trabalho em casa, não tenho horários [tenho prazos], e fico na internet o dia todo.
Ainda não fui demitido, mas já arranjei briga com minha revisora porque sou amável até a hora da saideira no bar, apenas.
Queria sair e minha mãe queria parar de me dar dinheiro pro lanche do colégio, já que eu guardava e saía [inclusive viajava; sim, mamãe tinha uma grana legal pra dar um dinheiro legal pra mim e minha irmã].
Comecei a trabalhar com 17 anos num estande que minha tia abriu numa feira de roupas. Ela abriu isso pois queria queimar todo o estoque de uma loja que não deu certo. Me colocou como gerente da situação porque confiava em mim ou porque era mais conveniente e eu que teria que chegar primeiro pra abrir e sair por último pra fechar a loja. Trabalhei 15 dias atendendo mulheres chatas e descobrindo que falsidade poderia ser bacana se trouxesse uma remuneração final [que gastei tudo com: bebidas].
Após isso comecei a receber salário onde toda bicha/evangélica/pai-de-família-que-tem-5-filhos-e-não-foi-bem-sucedido-na-vida trabalha: telemarketing. Com 18 anos entrei nessa e fiquei um ano, UM ANO, nesse lugar chamado inferno. Eu vendia serviços da TV Cidade [que faliu e se vendia como NET pra alguns lugares, como Niterói, Salvador, Recife, Olinda...] e era ótimo nisso, mesmo recebendo pouco mais de 400 reais.
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Após isso fui trabalhar num spa, no caixa. Engordei dois quilos, tinha meus cabelos hidratados todos os dias, fiz 8 sessões de depilação à laser e sobravam 30 reais no final do mês. Claro que fui demitido e o spa urbano faliu.
Parecia que eu carregava um rastro de falências atrás de mim, mas segui em frente porque sempre fui guerreiro, mãe, brasileiro e não desisto nunca.
Acabei voltando para o telemarketing por puro comodismo/desespero. Dessa vez vendendo seguro de cartão de crédito. Em três meses recebi 3 advertências, duas suspensões, aprendi diversos palavrões novos de vários estados brasileiros e descobri como é bom dizer "o sistema está um pouco lento", deixar no mudo e ir fumar. Fui, logicamente, demitido mas dessa vez a empresa não faliu.
Então resolvi viajar pra Natal e acabei indo parar na Kopenhagen para pagar essa vontade. Era final do ano e sabia que as vendas seriam boas. Ser vendedor é super cansativo, mas pra quem curte ver gente e aturar humores diversos, é bacana. Eu curto, mas quero que curtam o meu também. Fiquei dois meses e fui demitido sem antes não deixar de arranjar confusão com minha gerente [que me assediava moralmente], fazer amizade com uma baiana linda e queridíssima, e contar todas as fofocas que todos faziam dos outros pelas costas aos respectivos alvos [eram vários temporários querendo ser efetivados, menos eu. Então, imagine a quantidade de puxa-saquismo para com a gerente e o veneno para com os demais temporários].
Assim, joguei tudo no ventilador, faltei o último dia, peguei minhas coisas, esqueci um óculos e falei antes de ir: "Nunca mais piso aqui". Na semana seguinte fui para pedir que minha ex-gerente me servisse um café com "Tem troco pra R$50,00?". Claro que eu não tinha 50 reais para dar.
Me vi, após voltar de Natal, na falta de grana e inserido naquele momento de MEU DEUS COMO VOU PAGAR O CARTÃO DE CRÉDITO?
Fiz o que toda pessoa sensata faria: fui no bar gastar os últimos 100 reais que haviam sobrado da viagem.
Estava pobre, bêbado e desempregado. Apenas me lembrava de como era bom quando mamãe me dava dinheiro e eu não tinha culpa em aceitar. Tinha que mudar essa situação! Num domingo, enquanto eu estava no banheiro lendo o Segundo Caderno do jornal O Globo resolvi pegar o Boa Chance e dar uma olhada nas propostas de emprego. Queria algo na minha área.
"Precisa-se de legendadores com experiência e domínio do Subtitle Workshop".
Enviei meu currículo sem nunca ter feito uma legenda na vida e joguei no Google para baixar o tal programa que nunca havia ouvido falar.
Passei na entrevista, no treinamento [que só deus sabe como] e hoje tenho um emprego que eu gosto.
Trabalho em casa, não tenho horários [tenho prazos], e fico na internet o dia todo.
Ainda não fui demitido, mas já arranjei briga com minha revisora porque sou amável até a hora da saideira no bar, apenas.
kkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluiradorei o post
qntas demissões
achei q vc tinha pedido demissão em alguma delas
hehehe
Amei o texto!
ResponderExcluirOdiei o fato de estar sem tempo para atualizar o meu blog!
Vc é muito é sortudo... foi demitido várias vezes mas sempre arranjava outra coisa... e acabou ficando num emprego bacana! Mas se controla rapaz, falsidade é alma do sucesso, não deixe seus chefes perceberem que você quer vê-los sentados na merda hehe! Seja "amável"!
ResponderExcluirHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHHAHA
ResponderExcluirPor um minuto eu achei que você tinha arrumado um emprego em um escritório... Adorei o post, amigo... Muito bem humorado... A sua cara...
E depois, que se danem as demições... Aposto que pelo menos em alguns momentos você se divertiu... xD
Um beijo, gato... Até
Quáquáquá
ResponderExcluiradorei k o blog voltou, venho aqui todo dia e tá fechado.
Gosto daqui e do bruno k me faz rir no TT
gema
gostei muito da forma descontraída com q vc narrou sua saga ... OMG! eu tive dois empregos na minha vida e odiava os dois ... mas saí do primeiro para ir para o segundo e lá fiquei a vida inteira ... tudo bem q hoje ele me garante um certo bem estar econômico mas sei lá ... deveria ter vivido algumas emoções do tipo das q vc vivenciou ...
ResponderExcluirnós serímos ótimos amigos na epoca que trabalhei com telemarketing. kkkk
ResponderExcluir"Eu sou juiz" - bravava o cliente no outro lado da linha, e eu, sádico, respondia: "Então como juiz o senhor é conhecedor das leis e sabe que não posso fazer distinção entre nenhum cliente". AMAVA, deu saudade. kkkk
Seacalmaseeeeeeeeeeeeeeee....rs.
ResponderExcluirObs: Aadorei a saga dos seus empregos...hilárioo.
Abraços.
Nunca imagineiiii. Hehehe! Estou passado com esse texto. Nunca fui demitido. Fiz acordo e sai do meu único emprego que durou 12 anos. Agora, estou na luta para arrumar um novo. O desespero já começou a tomar conta. Até porque meus pais, rarííííssimas vezes me davam dinheiro. Agora então... Não dão mesmo! No máximo emprestam! hehehe!
ResponderExcluirbjs!