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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Um ensaio que havia escrito e vi acontecer

Alguns mais, outros menos, mas o sentimento geral é o de ciúme. Sentimos - e uso primeira pessoa com bastante propriedade, acedite - ciúme do que zelamos, prezamos, mas, acima de disso, amamos.

É saudável, acredite, sentir ciúme em relacionamentos. Vou me ater aos relacionamentos. É uma demonstração do gostar. Digo mais: sendo o amor o iluminador da ideia de ver o outro como peça necessária para a construção de uma unidade - a unidade perfeita, não mais dois amantes, mas o amor uno - vemos que isso esbarra no campo físico, na impossibilidade da entrega absoluta dos amantes, já que essa entrega implicaria na destruição de duas vidas - para formar apenas uma -.

Assim, não havendo possibilidade dessa junção, teremos ciúme do objeto amado devido ao fato de não sermos, com ele, o completo-perfeito buscado pelos românticos. O ciúme, então, é inato aos pensantes e, por ser inato, deve ser enquadrado nos limites sociais - acerca disso, por exemplo, Freud diz que o sexo é impulso inato e primário mas, nem por isso, saímos transando com todos, o tempo todo, porque a sociedade pede que também trabalhemos, convivamos com outros de outras formas... -. Algumas vezes esses limites são ultrapassados e quando isso acontece uma vez, é deslize, quando se torna um hábito ou necessidade, a pessoa está com disfunções quando a essa noção de limites sociais, e por isso se torna nociva.

Um amigo instalou um programa espião no computador do namorado. Houve o deslize quando isso foi uma leve desconfiança, se tornou nocivo quando ele passou a utilizar o programa sempre. A situação se expandiu quando viu-se que o programa não expunha apenas as conversas do namorado no MSN, mas também de todos que moravam na casa. Não vou entrar na questão de um possível voyeurismo. Esse não encontrou provas de traição através do programa, mas o outro encontrou provas de traição de sua confiança ao saber que o namorado usava o tal programa.

O que poderia ser uma prova de zelo, maneira de demonstrar o amor, a sua necessidade de serem uno, se transformou no motivo para a estagnação em dois.

Agora me responda: eu falei sobre limites ou ciúmes, nesse post?

9 comentários:

  1. nenhum dos dois, minto, falou do ciúme sim, fez uma ode a ele. vc ainda vai ser picado por essa cobra q vc tá criando no seu seio, amigo, olha o q eu tow falando.

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  2. Não é 'ode ao ciúme' é encarar que ele existe, que ele é inato e que o excesso dele, como o de qualquer sentimento, é nocivo. releia?

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  3. Ciúme para mim é desconfiança e insegurança, nada mais.
    Bjão

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  4. Acho que é ciúmes e falta de limites. Mas nada que não dê para contornar, obviamente, revendo algumas questões. Um bjo

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  5. Ciúme existe sim, e é difícil não sentir. Mas temos que batalhar diariamente contra ele, porque não traz qualquer bem. E quanto a espionar, aí é mega-foda. Quem ama pode até sentir ciúme, mas quem ama de verdade respeita a privacidade do outro, custe o que custar.

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  6. Ah sei lá. Mas eu QUERO o nome desse programa, NOW! *______________*

    P.s: I'm serious.

    *DB*

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  7. Ciúmes é complicado!
    Vivemos em um mundo de mentiras, e sei o quanto é dificil acreditar nas pessoas, mas faça o seu melhor, portanto que um dia se arrependa!
    A vida é um circulo, o que você fez de bom a outra pessoa não será em vão, pode apostar!!!!
    Abraço
    Eric
    http://avidasemascaras.blogspot.com/

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  8. já penei com esta síndrome por parte da marida mas felizmente hoje é bem mais light ... mas tb né? rs

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  9. um ciuminho apimenta. mas, como tudo em excesso, pode tornar a relação doentia. e um amor doente (que, inclusive nem se deve chamar de amor, mas posse) não sobrevive apenas do sentimento mútuo. completo tudo o que você disse com um: só amor não basta.
    :)

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"frente a uma sociedade e uma linguagem reificadas, o indivíduo afirma dolorosa, agressiva ou humoristicamente sua diferença"
Theodor Adorno