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domingo, 23 de setembro de 2012

Pegando com força

Aconteceu na quinta-feira, não é mentira.

Eu estava tão nervoso que fumei dois cigarros antes de ir à Copacabana, de carona com meu pai e meu namorado. Cheguei lá e, com vergonha, fui entrando na sala que me esperavam. Meus acompanhantes ficaram pra trás, não queria que vissem o que eu iria fazer porque, aliás, ninguém sabia como eu ia ficar ao certo. Uma atmosfera muito estranha de ilicitude, tipo uma névoa de éter e naftalina, crescia por ali.

Encontrei com o Glauco, que logo pediu que sua funcionária saísse da sala para que ficássemos apenas os dois. Ele é alto, cabelo loiro e liso, beirando uns 30 anos. Corpo forte, branco e possuidor daquele sorriso tão perfeito, mas tão perfeito que chega a dar nojo. A barba estava por fazer, pelinhos escuros naquele rosto branco e sem marcas. "Deita", e eu deitei. Sua funcionária bateu na porta, ele disse que estava ocupado.

Acendeu a luz. Ascendeu também uma luminária que ficava bem acima de nós. Ele prefere assim, diz que gosta de ver os mínimos detalhes. Deixou a sua funcionária entrar.
Glauco passou um gel nos meus lábios, falou que deslizaria melhor. Sua funcionária estava impaciente, mas demonstrava ser condolente para comigo. Ela, na verdade, estava ali só pra limpar a sujeira porque o Glauco gosta de se lambuzar. Passou um anestésico local, sabia que eu não era acostumado. "Você tem quantos anos, mesmo?" e respondi "23", "Bom, bom... Tá na idade mesmo".

Glauco foi enfiando na minha boca seu instrumento duro e não tão grosso. Eu gemia. Ele queria mexer, queria futucar. Glauco forçava aquilo na minha boca e eu gemia mas ficava imóvel com medo de fazer besteira. A sua funcionária tentava manter a expressão de serenidade. Ele virava meu rosto, queria meter pelo outro lado. Meu rosto colado ao seu, próximo aquele peito forte dele. Eu reparava em cada detalhe da sua barba, da sua sobrancelha que não era feita, mas tinha algum cuidado ali.
Começo a sentir dor. Ele tira de dentro de mim e passa mais um pouco de anestésico local.
Eu só quero que termine. De tanto que ele bombou aquele instrumento na minha boca, já não sinto mais um lado do rosto. Glauco me vira novamente e deito minha cabeça próxima a seu peito, novamente. Sinto calma nessa hora. Dessa vez ele enfiou e tirou rápido.

Duas horas e meia depois tudo estava acabado. Minha cara inchada denunciava, por vezes, a agressão que sofri. Eu gosto das coisas mais fortes e um pouco violentas também, confesso.
Saio de sua sala, meu namorado havia ido embora. Não esperou, mas entendo. É o que me resta, entender.
Meu pai não trocou uma palavra comigo no caminho de volta pra casa.

Glauco quer me ver de novo, na quinta.

Mas dessa vez vai ser pra tirar os pontos.

4 sisos extraídos em um dia. Inchaço.

9 comentários:

  1. odiava dentistas mas quando fui fazer um canal, depois de ver quem faria o tal procedimento, pensei melhor e mudei meus conceitos...

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  2. Ai nem fala amigo... tenho que tirar 3... tô fudidooo!

    *DB*

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  3. Até mesmo nestes momentos o Senhorito não perde o humor eim? Gostei ... rs

    bjão

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  4. assim, eu sabia q era o dentista desde o início. hehehe

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  5. Eu sabia que era o dentista desde o início, mas isso fez a história ficar ainda mais engraçada. Mesmo porque se não fosse o dentista, minha testa estaria coçando...

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  6. ahahahahahahaahah
    serio vou te que arrancar os quatros sisos tbm.. to ate com medo...

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  7. Gostei da narrativa sexualmente tendenciosa, mas é sério que você fumou dois cigarros antes de ir ao dentista (rs)?
    Uma curiosidade: eu tenho os quatro sisos até hoje e não sei - ou não me lembro - do problema que isso pode(ria) causar.
    Vc ficou bonitinho com o rosto inchado.

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  8. O próximo encontro será mais sussa, só pra acertar os detalhes...
    Abraços

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"frente a uma sociedade e uma linguagem reificadas, o indivíduo afirma dolorosa, agressiva ou humoristicamente sua diferença"
Theodor Adorno